quarta-feira, setembro 24, 2008

terça-feira, setembro 23, 2008

Let's go boyscout'n!



Menomena - Boyscout'N

They're boyscout'N. Yeah!

quarta-feira, setembro 17, 2008

(T-T)


Tindersticks - Seaweed

Would you prefer a stone
That I chose for you?
That lay on a beach
Was just a sea of stone
Wasn't meant for you
Jumped into my eyes
Choice of millions
Would you prefer a stone
From your window?
It walks through the streets
Feeling young and tense
The city had to swallow mine for you
`Cause it's so much strain
Choice of only a few

Would you prefer a look
That was contrived?
Or a look that says how I’ll really keep with you?
I have no plans in my mind
Just kind of go
Go with you

A hello or a goodbye?
My mind is something I don't know
The truth, why should I lie?
Just kind of go
Go with you

terça-feira, setembro 16, 2008

161.

Nada me pesa tanto no desgosto como as palavras sociais de moral. Já a palavra «dever» é para mim desagradável como um intruso. Mas os termos «dever cívico», «solidariedade», «humanitarismo», e outros da mesma estirpe, repugnam-me como porcarias que despejassem sobre mim de janelas. Sinto-me ofendido com a suposição, que alguém porventura faça, de que essas expressões têm que ver comigo, de que lhes encontro, não só uma valia, mas sequer um sentido.
Vi há pouco, em uma montra de loja de brinquedos, umas coisas que exactamente me lembraram o que essas expressões são. Vi, em pratos fingidos, manjares fingidos para mesas de bonecas. Ao homem que existe, sensual, egoísta, vaidoso, amigo dos outros porque tem o dom da fala, inimigo dos outros porque tem o dom da vida, a esse homem que há que oferecer com que brinque às bonecas com palavras vazias de som e tom?
O governo assenta em duas coisas: refrear e enganar. O mal desses termos lantejoulados é que nem refreiam nem enganam. Embebedam, quando muito, e isso é outra coisa.
Se alguma coisa odeio, é um reformador. Um reformador é um homem que vê os males superficiais do mundo e se propõe curá-los agravando os fundamentais. O médico tenta adaptar o corpo doente ao corpo são; mas nós não sabemos o que é são ou doente na vida social.
Não posso considerar a humanidade senão como uma das últimas escolas na pintura decorativa da Natureza. Não distingo, fundamentalmente, um homem de uma árvore; e, por certo, prefiro o que mais decore, o que mais interesse os meus olhos pensantes. Se a árvore me interessa mais, pesa-me mais que cortem a árvore do que o homem morra. Há idas de poente que me doem mais que mortes de crianças. Em tudo sou o que não sente, para que sinta.
Quase me culpo de estar escrevendo estas meias reflexões nesta hora em que dos confins da tarde sobe, colorindo-se, uma brisa ligeira. Colorindo-se não, que não é ela que se colora, mas o ar em que bóia incerta; mas como me parece que ela mesma que se colora, é isso que digo, pois hei-de por força dizer o que me parece, visto que sou eu.


Bernardo Soares in Livro do Desassossego, Lisboa, Assírio & Alvim, 5ª edição, 2005

LOL!!!



YEAH!!! Carl Douglas - Kung Fu Fighting ftw!