sábado, agosto 29, 2009

sexta-feira, agosto 28, 2009

mais amargura cinematográfica

Há filmes que, quando saem, sejam bons, ou não, geram sempre demasiado hype em seu torno, e isso faz, à partida, com que eu me desinteresse bastante por eles. Na verdade, isto acontece-me com tudo, ou quase: a menos que tenha mesmo uma paixão tremenda por alguma coisa, se muita gente gosta, a minha tentação é recusar e maltratar uma coisa. Obviamente que sei que este meu espírito nada empírico, que recusa uma coisa à partida, só porque sim, é obsoleto e, bem, basicamente, estúpido, mas reconheço que me sinto bem assim, e não me parece que tenha perdido nada, ao longo da minha vida, por ter assim esta atitude extrema em relação às coisas. Ora, sucede que esse deus do cinema "de autor" (bendito termo para designar um cinema que é visto maioritariamente por uma certa e alegada elite cultural, ou minoria social, ou, simplesmente, cinema que supostamente tem qualidade e é dirigido a um público supostamente menos amigo do comercial e do convencional), que é Quentin Tarantino, sempre que lança um filme, é um nunca mais parar de críticas positivas, que, enfim, lá terminam, passados uns meses, quando toda a gente se apercebe de que, afinal, os filmes não eram assim tão bons como a crítica fazia parecer. Mas também ninguém desmente, porque, se é um filme do Tarantino, por menos excelente que seja, é sempre bom. Frise-se sempre. E também se dá que recentemente saiu o seu filme Inglorious Basterds, uma ficção passada por alturas da Segunda Guerra Mundial.
Para ser franco, os únicos filmes de que gosto mesmo, feitos por esse cavalheiro, são o Reservoir Dogs e o Pulp Fiction. E sei bem do risco que corro ao afirmar isto, "ai, tem a mania que é pseudo-alternativo, só gosta dos filmes originais dele", mas não me interessa mesmo nada que pensem isso. Só gosto desses filmes dele, pelo menos a 100%. Não gosto da saga Kill Bill, não acho piadinha nenhuma à Uma Thurman, e francamente, quando a única coisa que fazemos é imitar géneros e colá-los uns sobre os outros, na secreta esperança de criar algo novo, como faz o Tarantino, a coisa acaba por sair, vá, com uns momentos de inspiração mas, em última análise, um fracasso. Muitas me pessoas me criticam por gostar imenso dos western spaghetti do Sergio Leone, mas o seu caro Tarantino também alega que Leone realizou aquele que é, segundo ele, o filme mais bem realizado de sempre (O Bom, O Mau e O Vilão). A verdade é que, sim, vêem-se influências de Leone nos filmes do Tarantino, mas acho que vai ser sempre uma péssima imitação. Posso estar enganado, mas sinto sempre que o Leone era "puro" nos seus desígnios; o que pretendia era criar a suprema forma de arte visual no cinema, coisa que é visível na sua trilogia dos dólares, que culmina, precisamente, com O Bom, O Mau e O Vilão, trilogia onde aborda quase sempre os mesmos temas, cria imagens muito semelhantes e vai praticando uma "evolução" de cinema. Mas o Tarantino, parece-me a mim, quer fazer filmes porque, na verdade, se sente bem no seu papel de realizador "de culto", e gosta da atenção que lhe é dada nesses meios underground (ficou, por exemplo, irritado de o Inglorious Basterds não ter ganho o prémio de melhor filme em Cannes, porque achava que era merecido).
Não vou ver o filme porque estou cansado do movimento pró-Tarantino, e porque estou farto de filmes de guerra (mesmo que ele alegue que o filme não é um filme de guerra, é o seu western spaghetti com iconografia da Segunda Grande Guerra - inserir riso sarcástico da minha parte, em resposta a esta afirmação do querido Quentin), mesmo que sejam filmes de guerra ficcionais e não baseados em factos históricos (que estes filmes mais "históricos" conseguem ser, proporcionalmente, ainda mais chatos), porque acredito que o filme, embora diferente, me vá deixar a sentir o mesmo que os Kill Bill: um exercício medíocre de cinema, com flagrantes plágios visuais e "espirituais" de Leone e outros, que, ocasionalmente, tem o seu momento de inspiração (também, copiando e colando de tanta gente boa, alguma coisa a roçar a genialidade haveria de sair, num minuto ou outro). Ah, e reitero: digo isto sem ter visto sequer um trailer do filme, é a minha opinião visceral sobre o homem e o seu cinema, só isso, aliada a informação que fui lendo por este maravilhoso mundo que é a internet. E, já agora, aproveito para dizer que também acho que fazem falta mais pessoas com opiniões tendenciosas "só porque sim", porque isto anda tudo demasiado politicamente correcto.

quarta-feira, agosto 26, 2009

Barra de Aveiro: Um Agosto

Começam a morrer os últimos pianos do século
arrefece o estio na cabeça
agora almoço e já cai o crepúsculo
esse que me fugia por aí esse tempo

o mesmo rio não se contempla duas vezes no rosto do homem
debruçado fumando no molhe do marégrafo
a mesma Barra de Aveiro não é a mesma
o engenheiro Oudinot sentiria um aperto de coração idêntico

tive todas as alegrias e melancolias assim dito por alto
próprias das idades sucessivas mas nenhuma
que iludisse deveras a velha constatação jónia
cada gesto de mão é sempre um outro

nem sou sequer quem muda mas um outro


Fernando Assis Pacheco, Cinco poemas postos no correio para o Arauto de Osselôa onde afinal não se fala apenas da morte, esse mau passo - Memórias do Contencioso (1980), in A Musa Irregular, Lisboa, Assírio & Alvim, 2006

segunda-feira, agosto 24, 2009

Olha, filha,

cometi uma lócura, e já mandei vir o DVD dos Watchmen.




(E hei-de fazer o tal texto a falar d'O Bom, O Mau e O Vilão, porque me apetece mesmo discorrer sobre a genialidade cinematográfica do Sergio Leone.)

sábado, agosto 22, 2009

Moniquinha, não ouças esta, vá:


Sonic Youth - Bull in The Heather

Mónica, a Bull In The Heather é do Experimental Jet Set, Trash and No Star, a Sugar Kane é do Dirty. Pensei que gostavas do Dirty... lol!

sexta-feira, agosto 21, 2009

oito da manhã lá fora, através da cortina



Ando aqui a ouvir umas coisas más,

e, por isso, preciso de Sonic Youth. Por recomendação do last.fm (que já tem acertado nalgumas coisas, felizmente), tenho agora andado a experimentar ouvir umas outras coisas, já não tão de acordo com as minhas sensibilidades musicais - nomeadamente, The Futureheads e Dr. Dog... portanto, têm de ir uns Sonic Youth para descontrair/descomprimir/desanuviar.


Sonic Youth - Tunic (Song for Karen)

P.S.: Porra, lamento MESMO a tão fraca qualidade de áudio do vídeo... só não me queixo mais, porque ouço mesmo do cd, só ponho o vídeo aqui para que vós, caríssimos leitores do blog, possais deleitar-vos com o mesmo, e não fiqueis sequinhos, depois de tanta promessa audiovisual.

Post-Post Scriptum: Aliás, como não aguento realmente a má qualidade de áudio do vídeo, deixo mesmo duas versões da música tiradas da minha belíssima edição deluxe do cd:


Sonic Youth - Tunic (Song for Karen)

Sonic Youth - Tunic

quinta-feira, agosto 20, 2009

queixumes das seis e vinte da tarde

É um facto: não consigo escrever quando me forço a isso, e por isso tenho algum medo de começar o blog novo. Sei que, quando o começar, sou "obrigado" a pôr lá alguma coisa todos os dias e, francamente, não ando com capacidade de escrita absolutamente nenhuma... o último texto que pus no lonely gigolo saiu-me tão mal, que pensei sinceramente em apagá-lo, deu-me mesmo vontade de chorar... e só o deixei lá ficar, porque acredito numa certa existência dos textos, independemente do seu escritor, e acho que, pronto, já que está "cá fora", deve ficar. Mas não gosto do resultado, e, acreditem, isto nem sequer é humildadezinha falsa de jogos psicológicos e auto-comiseração fingida, como que a pedir "vão lá ver e comentem, afinal até nem está assim tão mau"... pode não estar mau, mas não é de certeza um dos meus melhores textos/poemas/etc. E isso entristece-me bastante. Não vou tentar explicar pela enésima vez porque é que não consigo escrever, sinto que já analisei essa situação vezes sem conta, só para nunca chegar a nenhuma conclusão, e simplesmente perder tempo a arranjar desculpas para o facto de estar a desaprender a escrever. Que é o que se passa, pronto.

E o desinteresse em meu redor é tal, que me desmotiva terrivelmente, também, e queria falar disto. Há pessoas que às vezes pedem para se encontrar comigo e me dizem "Pedro, traz os teus cadernos!", e lá vou eu, de cadernos em punho, para depois os ditos cadernos não terem atenção nenhuma... as pessoas lêem assim umas coisitas superficiais, fecham os cadernos e devolvem-mos sem sequer dizerem nada... e isto é triste para mim, porque isso é uma parte muito importante (se não a mais importante) da minha vida, e vejo as pessoas a negligenciar isso, porque não lhes interessa. Onde é que andam os meus amigos do liceu, os meus amigos da faculdade, que ligavam a isso como era suposto ligarem? Fui-me rodeando de pessoas que não querem saber disso para nada, que não podem querer saber disso para nada, e quero sair disto tremenda e urgentemente.

Também para reaprender a escrever.

N.A.: é um bocado mau andar sempre a culpar os outros, como se as pessoas que me rodeiam é que tivessem culpa, mas é mesmo assim que me sinto, e mentia se não dissesse isto desta forma. Não pretendo culpar nenhuma das pessoas que me rodeiam, dos meus amigos de agora, simplesmente sinto falta de outro tipo de amigos, que me podiam dar coisas que estes, agora, não podem. Acrescentar amigos, sem tirar.

segunda-feira, agosto 17, 2009

"Cabra das Castanhas", by Lia Cardoso


Cabra das Castanhas, de Lia Cardoso (embora haja a informação incorrecta de um título sob a forma de "Auto Retrato da Lia", escrito pela artista, na obra)
Esferográfica preta PILOT e esferográfica azul Parker sobre papel (de novo o caderno barato e rasca, sem capa).

sábado, agosto 15, 2009

(She is a wolf.)


Man Man - 10 lb Moustache

sexta-feira, agosto 14, 2009

O filme dos Caça-Fantasmas faz hoje 25 anos.



E eu sou suficientemente geek para fazer alusão a isso.

ando desesperado para ver este filme



Mas, ao que parece, a net não é uma base de dados de média assim tão completa, já que, por mais que procure, não encontro um mísero link de onde fazer download do filme. Nem numa qualidade de vídeo duvidosa, para mim, neste momento, já me chegava perfeitamente! É que, ainda por cima, a edição em dvd é rara e caríssima... e, em Portugal, deve ser impossível de encontrar.

'cause sometimes I just feel like it.


Cake - No Phone

quinta-feira, agosto 13, 2009

Zelda sinfónica



Provavelmente, ninguém, das pessoas que frequentam os meus blogs, aprecia The Legend of Zelda, mas, sendo eu, de certa forma, um fanático pela saga, delirei a ouvir este arranjo para orquestra, particularmente com as partes tiradas de jogos de 8 e 16 bits.

quarta-feira, agosto 12, 2009

anúncio

Estou a começar um (outro) blog novo com um amigo, para o qual temos grandes planos. Ainda está em construção, embora já exista e possua um texto de introdução. Para todos os interessados em fazer uma "pré-visita" (no sentido de o blog estar mesmo muito incompleto, e não activo, por enquanto), podem fazê-lo através deste link:

em copo ou cone? Ou "Porque não nos deram amor quando éramos pequenos."

segunda-feira, agosto 10, 2009

Daqui a uns anos seremos recordados por esta OBRA DE ARTE:


Artistas: Nelson Ribeiro e Pedro Capinha.
Grafite em papel de caderno barato.
Composto na tarde de 10-VIII-09, no Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Raínha.

N.A.: Aumentem a imagem, clicando na mesma, para visualizar a obra em todo o seu... "esplendor".

quinta-feira, agosto 06, 2009

não tendo nada para dizer

alego, apenas, que já chegaram os dvds d'O Bom, O Mau e o Vilão (acerca do qual espero vir a escrever um texto aqui, em breve, assim que esteja disposto a isso), d'A Valsa com Bashir e de Cecil B. DeMented. Estou extasiado com qualquer um dos filmes (embora, sim, enfim, já os tivesse visto a todos...) e hei-de comentá-los eventualmente, de forma mais "pública", neste blog. Por enquanto, deixo só algumas imagens de A Valsa com Bashir e Cecil B. DeMented, que são, aliás, os que traziam imagens numa pasta em DVD-ROM.