Hoje acordei com a minha cadela a ganir e a chiar como se estivesse doente, a transportar peluches na boca de um lado para o outro, entrando e saíndo da cama, e juro que pensei que, bem, graças a alguns documentários, hoje em dia sabemos tudo graças a documentários, a minha cadela estava a pressentir alguma doença, alguma dor, ou, num caso muito extremo, alguma morte.
Hoje telefonaram-me, a dizer que o meu avô tinha morrido. O meu avô tinha ido para o hospital há umas noites atrás, depois de uma operação a um olho que não tinha corrido muito bem, deixando-o nervoso e apreensivo. Falou-se em ataques de diabetes, especulou-se muito sobre o que teria sido, mas o facto é que isso, agora, não importa. O meu avô foi para o hospital há umas noites e, hoje, ligaram a dizer que ele tinha morrido.
Fiquei muito tempo a olhar para o tapete, sem saber se havia de chorar, se havia de fazer o quê... fiquei muito tempo a olhar para o tapete, a pensar no que devia estar a pensar. É verdade que não me identifico - nunca me identifiquei - com aquele lado da família, e o mesmo se passa da parte deles, para comigo. Não guardo recordações propriamente agradáveis nem acarinhadas do meu avô Manuel. Acho que o que me custa mais é toda a gente estar chateada comigo, por eu não estar "mal, como devia estar", enfim... e custa-me ver o meu pai mal, obviamente. Seja como for, uma morte é uma coisa que me assusta. Daqui a talvez pouco tempo pode ser alguém de quem eu goste mais, e não sei como é que se lida com isso, talvez seja isso o que me entristece mais, na morte do meu avô...
Ao menos escrevi-o, ou uma figura baseada nele, em tantos textos que fiz, sem ele nunca ter sabido. E acredito que isso terá servido para alguma coisa, uma espécie de... homenagem, ou algo do género.
Hoje telefonaram-me, a dizer que o meu avô tinha morrido. O meu avô tinha ido para o hospital há umas noites atrás, depois de uma operação a um olho que não tinha corrido muito bem, deixando-o nervoso e apreensivo. Falou-se em ataques de diabetes, especulou-se muito sobre o que teria sido, mas o facto é que isso, agora, não importa. O meu avô foi para o hospital há umas noites e, hoje, ligaram a dizer que ele tinha morrido.
Fiquei muito tempo a olhar para o tapete, sem saber se havia de chorar, se havia de fazer o quê... fiquei muito tempo a olhar para o tapete, a pensar no que devia estar a pensar. É verdade que não me identifico - nunca me identifiquei - com aquele lado da família, e o mesmo se passa da parte deles, para comigo. Não guardo recordações propriamente agradáveis nem acarinhadas do meu avô Manuel. Acho que o que me custa mais é toda a gente estar chateada comigo, por eu não estar "mal, como devia estar", enfim... e custa-me ver o meu pai mal, obviamente. Seja como for, uma morte é uma coisa que me assusta. Daqui a talvez pouco tempo pode ser alguém de quem eu goste mais, e não sei como é que se lida com isso, talvez seja isso o que me entristece mais, na morte do meu avô...
Ao menos escrevi-o, ou uma figura baseada nele, em tantos textos que fiz, sem ele nunca ter sabido. E acredito que isso terá servido para alguma coisa, uma espécie de... homenagem, ou algo do género.