quinta-feira, dezembro 31, 2009

citações de um caderno em noite de vidros na garganta

"E se eu a matasse
odiavas-me mais
do que a Amas?"


(sim)

Syrinx, Ficção Pastoral (XVI)

Podes pegar em mim, pesar-me na balança
do sim e não, medir-me às polegadas a bondade;
ainda eu guardo o coração em sítio seco
e fresco, e longe de palavras.
E agrada-me estar só, na mais pequena cela
de uma prisão estéril entre os montes,
toda a noite a cantar contra a janela
donde se avistam outras grades iguais.
Podes até dizer (mas não as dizes)
as engraçadas frases em que voas
por distantes colinas, espantadas
de tão solene e nova madrugada;
e trazer-me água fresca, que me enrolo
em mim como um novelo e nem sequer
me movo quando o monstro inexplicável
com as suas garras rasga o meu lençol.


António Franco Alexandre, Quatro caprichos, Assírio & Alvim, Lisboa, 1999

segunda-feira, dezembro 28, 2009

este blog já está há demasiado tempo sem Sonic Youth. Ha ha!


Sonic Youth - Radical Adults Lick Godhead Style

sexta-feira, dezembro 25, 2009

quarta-feira, dezembro 16, 2009

senhor dançarino




que me presenteou com uma dança infindável (se bem que com pausas pelo meio) na noite do meu aniversário, em pleno trinca espinhas.

terça-feira, dezembro 15, 2009

em jeito de narcisismo:


The Residents - Birthday Boy

segunda-feira, dezembro 14, 2009

Os homens decentes acabam sempre sozinhos, enquanto as mulheres se queixam que o género masculino inteiro não oferece flores, não sabe ser romântico, esquece as datas importantes, não faz surpresas, não baixa os tampos das sanitas.

Pois.

Eu nunca me esqueço de nenhuma data. Baixo sempre o tampo da sanita. Ofereço flores e livros e discos e filmes. Gosto de fazer surpresas agradáveis e românticas. Gosto de sair em jantares íntimos a dois. Gosto de morrer por amor.
E, no entanto, acabo sempre sozinho. Sou sempre “muito especial”, quase deficiente, de tão “especial”, as senhoras nunca se me dão demasiado porque “me respeitam muito” e “não me querem magoar”.

Obrigado, queridas donzelas. Mas, ao menos, não se queixem tanto de não haver homens decentes. Só não se queixem, pode ser? E assumam logo, de uma vez por todas, que querem é tipos bonitos, por mais estúpidos que sejam. Que gostam é de futebolistas, de armários que fazem culturismo, de meninos louros que praticam surf, ou, pelo menos, de gajos com bandas. De gajos com pilas monumentais.

De pilas com homens atrás. Pilas flutuantes. Com atrelado. Que fodam como animais com cio.

Pouco mais que macacos.

domingo, dezembro 13, 2009

mamã:

deixa-me fazer-te saber que estou mal, mãe, deixa-me pedir-te que me abraces, para não tremer à noite... deixa-me falar-te desta pessoa, a sério, deixa. que ela dói-me e vai-me destruindo aos poucos, mas amo-a, mãe, amo-a, parece que é só o que sei fazer, estar apaixonado é o meu ofício, o meu trabalho, é isso que faço bem, isso e Nada, duas coisas em que sou excepcional, já viste? já viste que te podias orgulhar de mim se as regras do mundo fossem inventadas de outra forma, de uma forma que nos explicasse melhor, a mim e a ti e às pessoas...

mãe, eu estou apaixonado e dói-me.

quarta-feira, dezembro 09, 2009

terça-feira, dezembro 08, 2009

elegia da depressão

Hoje estou a ler coisas dos outros e todos me parecem tão tristes, tão complicados, tão magoados... tenho passado mais tempo acordado e isso faz-me reaprender a pensar nas coisas, acho que já me tinha esquecido de pensar nas coisas, tinha-me criado como um ser exclusivamente sensitivo, nos últimos anos, e já nem me lembrava de que consigo ser tão... racionalizador de tudo, a pontos mesquinhos, obsessivos, absurdos. Toda a gente está tão triste, a desejar temporais, impotências de viver, amores que passaram... todos os bloggers que leio, hoje, é assim que se me apresentam.

E eu, depois, no fim disso, que também estou triste porque sou demasiado complicado, demasiado estúpido, demasiado egoísta e obcecado com as coisas, quero "resolver" nem sei bem o quê, porque a verdade é que não há nada para resolver, é deixar as coisas andar, sem rótulos, sem classificações, é ir conversando naturalmente e tirando o maior partido possível das poucas vezes em que vou estando com a pessoa com quem quero estar.

Mas o que é que faço com as saudades?

mais palermices avulsas sobre o mesmo tema:

Sou, provavelmente, das pessoas mais pindéricas, ridículas e lamechas, neste momento da minha vida. Fico assim, a pensar numa pessoa só, com direito a sonhos quase diários, e tudo, e estar em casa sem saber o que fazer, coisa que, de resto, nunca senti antes. Estar em casa na net ou a ler ou a ver filmes nunca foi um problema para mim, antes, mas, nesta altura, não me apetece, não me serve, não me interessa... nem a ouvir música seguida, que nem um obcecado. Nem é para estar com a pessoa, que sei que ela não é muito dada a isso, mas queria estar com amigos, quanto mais não fosse, a falar dela, no mínimo. Claro que, enfim, obviamente, se ela pudesse e quisesse, era com ela que queria estar, em vez de estar para aqui a visitar os mesmos dois ou três sites de dois em dois minutos, a ver quem tenho, no messenger, que me ature a falar disto, destas coisas, deste amor que não sei muito bem como apareceu, mas que me vai fazendo bem.

Já nem tenho funcionado muito bem nas minhas rotinas habituais... de ir às Caldas tomar café à tarde e ficar a encantar-me com as empregadas de balcão e as raparigas bonitas. A última coisa que notei, quando fui ao CCC, foi que a pessoa que me maravilhava mais, lá dentro, é demasiado magra e cheirava a suor. Ou de estar no bar do costume e essa mulher entrar e eu largar imediatamente os meus amigos, sem me aperceber muito bem como nem porquê, só porque a pessoa tem uma coisa qualquer que me atrai e eu não entendo, e vou atrás dela para o balcão e, até, para alguma mesa, negligenciando as pessoas com quem estou (sendo que, uma delas, não a via há quatro ou cinco anos...), sem ser por mal, é certo, e eles até me alegam um "Pedro, eu percebo, não tem mal nenhum, eu quero é ver-te feliz", mas negligencio.

domingo, dezembro 06, 2009

questões mais ou menos pertinentes acerca do amor

Sou uma pessoa que se apaixona de vez em quando e que se dedica muito às pessoas. E grande parte do tempo ando feliz e bem, mas desta vez passam-se coisas mais complicadas (conheço o objecto da minha afeição há relativamente pouco tempo, e isto que sinto dura mais ou menos ao tempo em que que conheci a dita cuja), e eu sou demasiado... nem sei bem... needy. Amo esta pessoa, amo mesmo, não tenho outra palavra que queira usar, e quero dar-me, e isso, todas essas coisas, esses lugares-comuns do amor e da paixão. Nem é nada forçado, está-me a ir saindo assim... e custa-me um pouco que a menina bonita a quem dedico isto tudo não retribua da forma que eu acho que precisava.

Mas, por enquanto, estou bem. Acho que isto vai valendo a pena enquanto for estando mais bem, que mal... sim?

sábado, dezembro 05, 2009

namorada holandesa, pode ser?

Mónica, vê lá se me facultas uma, que, isto, as portuguesas, confesso que já ando farto...

sexta-feira, dezembro 04, 2009

em referência a esse portento de filme, que é "Arthur":

quero ser a Liza Minnelli do teu Dudley Moore.

terça-feira, dezembro 01, 2009

T-T

(tenho medo que o que certas pessoas vaticinam se torne realidade. tenho pavor de isto me doer outra vez no fim.)