quarta-feira, julho 08, 2009

A falta de tempo, e isso.

Muito me queixo, eu, de tudo e mais alguma coisa. É-me quase inerente. E não me queixo só aqui, entenda-se! Mesmo que não o faça, passo todo o tempo a queixar-me mentalmente, em silêncio, sem ninguém saber. Sempre a achar que não tenho tempo para ler, que não tenho tempo para escrever, e que o ofício (no óptimo sentido, e sei que há amigos que me entendem neste vocábulo) de escrever me vai sendo cada vez mais prejudicado por tudo isso. Bem, e vai mesmo, mas não é essa a questão... o problema é que eu tenho tempo. Tenho todo o tempo do mundo, neste momento, porque estou de férias e só durmo e vejo tv e ouço música e jogo jogos de vídeo. E, obviamente, culpo-me a mim mesmo de não arranjar tempo para o que é pertinente, provavelmente deixando os jogos de vídeo (com os quais já tive sérios problemas de vício e obsessão, até há um ano, ou assim, atrás) de lado, e apostando mais em saídas inspiracionais para cafés e museus e bares e livrarias, que tudo isto existe e, felizmente, em larga quantidade e qualidade, perto de casa. Mas não o faço, vou ficando em casa a definhar, a dormir durante o dia e a ver televisão e a jogar no pc durante a noite, a perder a criatividade e a capacidade de escrever e de raciocinar convenientemente. Tenho preguiça de ler, adoro ler, mas tenho uma preguiça tremenda, acho que os livros, simplesmente, de há uns tempos a esta parte, me são aborrecidos em termos práticos e concretos, não é que não adore ler e que não ame a literatura, no geral da coisa, simplesmente, neste momento preciso, que vou atravessando, dedicar-me a ler me aborrece tremendamente. Mas a verdade é que não sinto que possa extrair nada de ler, nesta altura, muito menos de escrever. Não tenho ninguém com quem partilhar o prazer da leitura, e muito menos tenho pessoas que vão ler os meus blogs (os que interessam, não me refiro a este, este é só um passatempo, uma coisa para me ir ocupando e para me sentir menos mal em actualizar os outros tão poucas vezes), não tenho ninguém que pegue nos meus cadernos e os leia com prazer e interesse, logo, nem aí tenho escrito nada... aliás, menos que nos blogs, o que é indicativo da minha fase nada criativa.
Entristece-me ter para aqui tanta coisa para ler, mas não me apetecer ler nada, já ter começado tantos destes livros, mas depois nunca ter paciência nem vontade de os terminar... e os poucos livros que ainda vou lendo, de vez em quando, já não os recordo, assim que os acabo, como sucedia sempre, há uns anos...
Mas, pronto, dito isto, vou fazer esse tal esforço, escrever qualquer coisa por dia, mesmo que só saia treta, ler qualquer coisa por dia, mesmo que não me lembre, ao fim do dia, do que li, concretamente. Acho que se justifica assumir este compromisso, antes que dê em maluco para aqui, a pensar coisas sombrias no meu quarto enquanto olho para o tecto e vou ficando mais abandonado a cada instante.

6 comentários:

aquelabruxa disse...

eu diria que estás deprimido. a minha piscóloga (eu gosto mais de psiquiatras, mesmo) diz que é importante fazer aquilo que não nos apetece...

groze disse...

Sabes que, tendo uma irmã que está a tirar psicologia, pelas conversas que tenho com ela e com as psicólogas da escola, cada vez acredito menos na psicologia e na psiquiatria. Acho que isso são tudo tretas... é uma pseudo-ciência, baseada em factos tão concretos e palpáveis quanto, por exemplo, a filosofia - que não se assume nem se pretende assumir como uma ciência dita "dura". Por isso, the hell with psychology.

aquelabruxa disse...

claro que tens sempre de pensar por ti próprio, mas a mim já me ajudaram bastante, nem que tenha sido só a ouvirem-me. e os comprimidozinhos que os psiquiatras dão também já me ajudaram bastante, digo mesmo que mudaram a minha vida.
não gosto muito de falar com amigos quando me sinto mal, pois descobri que é humano usar as fraquezas dos outros inconscientemente, por isso prefiro falar com profissionais, ouvir os conselhos deles, e depois fazer aquilo que me apetece ;)

Anónimo disse...

ainda bem que não vemos os pensamentos uns dos outros. tenho medo disto das novas tecnologias porque receio que um dia vão encontrar forma de o fazer. sou um pouco paranóica, se calhar também devia ir a uma psicóloga. a minha colega de quarto na faculdade estava a estudar para ser. mais um aninho e posso ter consultas com ela.

acho que ficamos mais malucos quando nos obrigamos a fazer coisas só porque dantes as fazíamos sem pensar nisso ou nas consequências. quando nos regemos pela norma, assim sim, acho que somos malucos.

ai, se as pessoas vissem as minhas queixas mentais...

aquelabruxa disse...

gosto do nome luna, lol

ó luna! achas que és a única com lado negro? ui!
estou aqui a olhar para os meus braços e a pensar "que lindas cicatrizes que eu lhes fiz"... para além de gostar de cortar os meus braços e as minhas pernas quando não sei que mais fazer à vida ainda acho as cicatrizes mesmo giras! lol

viva a loucura. se fossemos todos bons dos miolos também seria bom, mas não somos...

whyme disse...

Eu leio os teus blogues. E não é só este.