terça-feira, junho 20, 2006

O orgulho nacional, as bandeirinhas à janela, energia positiva, caramba!!!

Digo-o, atento a quantas vozes e quanta gente me cairá em cima, mas digo-o consciente de estar a falar uma coisa que para mim é verdade: a nossa selecção nacional de futebol de onze é, no máximo dos máximos, média/boa. Não está ao nível das melhores do mundo. Sim, com sorte, a bola é redonda, e tal, como um jovem iraniano disse, na televisão, alegando a hipótese que havia de eles próprios (Irão) vencerem a competição, poderíamos ganhar o campeonato do mundo, a decorrer neste momento, e até não sei quando, na Alemanha, essa grande nação. E quando digo "grande nação" não sei se estou a ser irónico ou não. Entendam como quiserem. Todo o meu bom Portugal, afundado na crise económico-social em que se instalou, na confusão da aplicação de Bolonha às universidades, na revolta do encerramento da Opel da Azambuja e consequente partida da manufacura do Combo para a Rússia, essa grande nação (cf. supra), no sentimento de tristeza e revolta pela perda das maçãs e pêras de Alcobaça, derivado do facto de ter caído granizo, da tristeza e revolta pela perda das uvas de mais de dois mil produtores vitivinícolas da região do Douro, derivado do facto de ter caído granizo, revoltado ainda com o processo interminável da Casa Pia de Lisboa e da pedofilia em geral, os assassinatos da Joana e da Vanessa, a violência nas escolas, o reforçar das facções cada vez mais emergentes e mais factuais da extrema-direita nacionalista, a subida de preços em praticamente tudo, as maternidades a fechar e os utentes (mais as utentes) a terem que ser transportados para maternidades bastante longe da sua área de residência, entre tantas coisas que entretanto sucedem por esse país fora, está, contudo, feliz e radiante, de carinha laroca pintada de verde e vermelho, tantas vezes com a discreta mas presente pequena faixa amarela atravessando o rosto a meio, precisamente cobrindo testa, cana do nariz e queixo, umas vezes mais direitinha do que outras. As meninas lá se juntaram no Estádio Nacional, com a Floribella e mais uma série de famosas recentemente brotando do chão da fama, e, em conjunto, formaram a "mais bonita bandeira do mundo". Tinham gabardines vermelhas e verdes, meu deus! Pareciam o capuchinho vermelho, mas numa parafernália de cores (parece que havia também o pormenor da esfera armilar e do escudo, portanto, teria que haver, no mínimo, vermelho, verde, amarelo, azul e branco). Alguém reparou no ar de enfado das mulheres fotografadas de perto? A bandeira mais linda do mundo é uma bandeira horrível, com uma péssima conjugação de cores, demasiado popular e populista para o gosto geral. Tirando, lá está, daqueles que crêem ser esta a bandeira mais bonita do mundo, pelo menos quando composta por mulheres, as quais, vá lá, se bem que nem todas bonitas, pelo menos grande parte delas escapava, para a maior parte dos homens portugueses. Isto, ainda assim, por mais ridículo que seja, é praticamente irrelevante. Prova apenas que somos óptimos a fazer coisas absurdas para termos uma entrada no livro dos recordes do Guiness, ao lado do homem que dá mais peidos por minuto, ou da donzela que tem mais pêlo no corpo.
Os portugueses acreditam mais que tudo nesta selecção. Que nem sequer é aquilo a que os entendidos chamam de "geração de ouro", ou coisa que o valha. A nossa selecção não irá longe neste mundial. É uma selecção inconstante e inconsistente demais, embora tenhamos o Cristiano Ronaldo e consequente delírio de jovenzinhas que não entendem nada de futebol ou de desporto em geral, mas simplesmente apreciam o peitoril demasiadas vezes visível desse garanhão madeirense, que felizmente conseguiu fugir da pérola do Atlântico e da provável prostituição masculina que, na qualidade de rapazola com poucas condições financeiras, que era, teria que suportar. Quem diz o peitoril, diz as pernaças ou até os belos glúteos, se bem que estes últimos, felizmente, não são tão visíveis como o tórax e a pernoca. A nossa selecção nem sequer é falada na imprensa estrangeira, pelo menos não tanto como a nossa imprensa nacional quer fazer parecer. E independentemente das rap'zadas da Galp, em que uma série de nomes conhecidos (ou nem tanto) dessa maravilha (isto, sim, era muitoirónico) que é o hip-hop nacional gritam que querem mais, sempre mais, muito mais, tudo isto sempre com luvinhas cor-de-laranja nas mãos, provavelmente com palavras de apoio dirigidas à selecção pelos hip-hoppers em questão, pelos portugueses, em geral, e através da PetroGal e da Galp, em particular, a nossa selecção não pode dar mais do que as inconstâncias do costume. A verdade é que os jogadores da selecção não se podiam estar mais a lixar para se ganham ou não. Importam-se com o que ganham, sim, mas duvido que se importem com o facto de ganharem, ou não. Se chegarem praticamente ao fim e perderem (coisa que espero que não aconteça - eu nem sequer espero que cheguem ao fim), garanto-vos, caríssimos amigos, que não veremos nenhuma equipa do Mundial de 66, com o Eusébio à cabeça, chorando, desolado, cara da desilusão nacional de uma selecção que não se esperava que sequer chegasse tão longe. Desta selecção, espera-se tudo, mas de uma forma doentia, que faz com que se esqueça tudo, desde que haja felicidade e camaradagem e alguns apalpões no rabo ocasionais, alguns beijos na boca entre homens geralmente heterossexuais, e coisas agradáveis deste género. É como se nada mais importasse. Claro que é positivo que haja diversão, que haja alegria, mas não é nada positivo que isso nos faça esquecer o resto. E, ainda por cima quando, no fim de tudo, não teremos, quase o posso garantir, nenhum "sonho na mão". Simplesmente voltarão para casa, tendo chegado aos oitavos ou aos quartos-de-final, no máximo, e o povo português só então reconhecerá que, afinal de contas, a nossa selecção nacional, apesar de alguma euforia cega, é meramente mediana, longe do bom ou do excepcional, que se pede a esse tipo de equipa. E o que é que isto tem de mal? E porque é que sou tão rígido com a euforia em torno da selecção nacional de futebol? Por uma razão que me parece simples: porque há literalmente muitas coisas geniais no nosso país, coisas pelas quais somos reconhecidos como excepcionais, além-fronteiras, e a essas coisas ninguém dá valor. Refiro-me, particularmente, à Arte e à Literatura, áreas nas quais somos brilhantes, geniais, e sempre o fomos desde que praticamente somos Portugal, essa bela nação (cf. Alemanha e Rússia). Até nisto se vê que o futebol, em geral, desperta certo tipo de sentimentos mais epidérmicos, logo, aparentemente mais sentidos, se bem que apenas superficiais. Recordo a morte do Féher, em campo, em directo, e do choque dos portugueses, por ser uma figura do futebol, mesmo que até nem jogasse nada de especial, sim, está certo, merece-nos respeito, merece-nos saudade e comoção, mas isso também nos merecem Álvaro Cunhal, Sophia de Melo Breyner, Eugénio de Andrade, só para referir alguns dos que infelizmente morreram no passado recente e tiveram meras honras de óbito nas revistas de actualidades, um cantinho num telejornal ou outro, e, felizmente, uma reportagem que apenas quatro ou cinco pessoas terão visto na 2:, o único canal que vale a pena ter sintonizado, apesar de tudo, nas televisões nacionais. Sejamos sinceros: somos o país do Bocage, do Garrett, do Cesário, do Antero, do Almada, do Sá Carneiro, do Santa-Rita, somos o Portugal do Castelo Branco e do Aquilino Ribeiro e do Torga e da Sophia e da Agustina, o país do Eugénio de Andrade e do Saramago e do Lobo Antunes, do Camões e do Pessoa. Mas isso não interessa, enquanto houver Mourinhos e Cristianos Ronaldos e Figos e Petits e Simões e Maniches e Meiras e Ricardos a marcar penalties para euforia geral do meu povinho, fazendo rezas cegas em frente à televisão, com os dedinhos adiposos sujos de gordura de sardinha.

Quando Portugal perder e voltar, talvez fosse bom parar e pensar um bocado nas coisas. E dar valor àquilo em que somos francamente bons. Nem que sejam os jogos paralímpicos. Ao menos os nossos deficientes são os melhores do mundo.

31 comentários:

colher de chá disse...

Genial. Genial de génio. Porque tens coisas geniais, porque escreves de forma genial. Porque concordo com tudo, porque tb eu és a expressão e um dos reflexos das nossas qualidades nacionais. Vou reencaminhar este texto para muito boa gente q acho que precisa de o ler.
Repito, genial.
Para mim, somos o Portugal da Sophia, do Saramago, do Torga... e de ti. :)
Sinceros parabéns, querido* Sem cinismos, sem pretenciosidades. Muito bom.

... E sabes bem quem eu sou. :)

colher de chá disse...

quando disse "também eu..." queria dizer OBVIAMENTE, também TU.

groze disse...

Sim, eu tinha percebido! Lol! Obrigado pelas palavras e por tudo, pelo apoio, enfim, não sei...

À falta de melhor, um abraço grande!

polegar disse...

aplaudo-te de pé, meu caro.
chegaste-me pela colher de chá e no teu texto chegaram verbalizados os meus pensamentos e posições relativamente a esta onda vermelha e verde de gentinha feliz.

como se ganhassem o suficiente para se sustentarem ao fim do mês, de tal forma que não reparam nos impostos estúpidos, na saúde da trampa, nas escolas sobrelotadas, no facto de já não haver emprego, muito menos contratos contratos, mas apenas trabalho a recibos verdes com 7 cães a um osso e condições como "trabalhar das 9 às 18 mas não sei quando tens férias e se não tiver dinheiro posso precisar que vás de férias", no facto de estarmos a ser vendidos em postas à UE, no facto de as crianças já não brincarem na rua e de o status social implicar ter pelo menos a playstation e a X-box, no aumento do preço dos transportes públicos - porque estão a pagar os créditos em que se metem para comprar a casa com barbecue, o Mercedes em que vai o pai, o Jipe BMW em que vai a mãe, o Mini Cooper da filha e o Golf do filho... todos para Lisboa em dia de greve do metro... e nos outros dias todos.
gentinha que não sei como sustenta os vícios dos telemóveis de 3ª geração e meia, mas que para ver teatro não tem dinheiro. que vai ao cinema para comer pipocas porque lá em casa é que é, com o plasma e a sport tv. e que lê... a bola e a maria... e as vidas das morangas e das loiras dos futebolistas e os botoxes das festas vip que estragam dinheiro debaixo dos seus narizes, escarrapachando-o nas fotografias, e toda a gente a dizer "quem bem que veste, que bela casa, que carro, que festa, que vida triste, coitadinha, que teve de viajar para os estados unidos para lavar a alma do último desacato amoroso!".
e apesar disto tudo, destes tristes todos... gritam de alegria, choram, têm ataques cardíacos e gastam mais gasolina ainda para irem apitar para o marquês quando um bando de ricaços enfia uma bola na baliza. e pára um país para ver jogar a selecção, essa coisa importante. e páram no dia a seguir porque a ressaca da festa deixou-os extenuados... e na véspera dos jogos pelos nervos da antecipação...
e pára o país porque sim...

desculpa a dissertação, mas hoje demorei hora e meia a chegar ao trabalho ;)

zaok disse...

ao ler isto fiquei com vergonha de o estar a fazer. Pode estar bem escrito, mas o facto de saberes conjugar as palavras não esconde o lixo que aqui escreveste e o lixo que pensaste. Portugal tem certos cancros que não ajudam a avançar. Espero que te sintas orgulhoso. Como tal, opinião cada um dar se quer e respeito isso. Realmente a estupides espanta-me mais que a inteligência, pois a inteligência tem limites e a estupides não !

MM design disse...

Meu caro senhor,
Relativamente ao seu género de escrita, quer me parecer ser de alguma qualidade e aprecio sempre a existência de mais um bom escritor nas nossas orlas, o que nunca é de mais realçar. Quanto às opiniões expressas no conteúdo deste texto, já terá que permitir que discorde de algumas delas e para isso, vou-lhe inumerar alguns aspectos sobre os quais deveria reflectir antes de se sentar e escrever, sobre um orgulho muito próprio como é o dos portugueses.
1º A má gestão governamental provem da falta de qualidade de quem se põe no poder ou no nosso caso, que não pomos, pois preferimos ir tomar uns banhos de sol a exercer o nosso direito cívico. Por isso a existência de casos como a Opel, o encerramento das Maternidades ou Timor (este não o postou no seu texto mas eu faço questão de o inserir pois este assunto e os problemas que existem actualmente em Timor derivam da nossa má gestão governamental) são culpa de todos nós que preferimos ir para a praia, em vez de ponderar seriamente no rumo que queremos dar ao nosso País. Décadas de más decisões, de governos incompetentes, da falta de incentivos às empresas, com impostos dos mais elevados da Europa, para cobrir despesas governamentais que ninguém sabe explicar quais, a não ser encher os bolsos de um número restricto de pessoas corruptíveis que nós, povo, deixámos que assumisem as rédeas deste país! Só com a existência de uma Nação estável económicamente se pode investir no campo artístico, nas letras e cultura, através de subsídios significativos, com acontece em paises desenvolvidos. Será que em trinta anos, dedesda proclamada "Revolução", vocês os letrados ainda não compreenderam isso? Não estaria na hora de começarem a juntar-se e de gerar uma campanha que sensibizasse o povo, da importância que é votar? Sim, porque as pessoas instruídas, têm mais do que ninguém consciência dos problemas que afectam este País e portanto o dever de alertar e consciencializar os menos letrados. Preferível rumar para um belo fim-de-semana prolongado no Algarve! Depois queixam-se!
2º Falar de falta qualidade dos jogadores portugueses que representam a nossa nação será um absurdo. Para tal basta realçar que maioria deles são jogadores com presença assídua nos melhores campeonatos e equipas do mundo e com provas dadas, só para exemplo: Deco "Barcelona" campeão europeu, campeão espanhol; Ricardo Carvalho "Chelsea" campeão inglês, considerado por muitos um dos melhores centrais do mundo; Ronaldo "Manchester United" até ao momento ocupa a terceira posição no lugar para melhor jogador jovem da Fifa, Figo "Inter de Milão" o único português a ser nomeado melhor jogador do mundo desde Eusébio; Tiago "Lyon" Campeão Françês; Pauleta "PSG" Melhor marcador do campeonato françês em dois anos consecutivos.
Como vê em termos de valores individuais não estamos perante jogadores "inconsistentes", citando as suas palavras, quanto ao factor equipa no seu todo, deixe-me realçar que eu sou do tempo de Chalanas, Gomes, Jordão e companhia limitada mas nunca vi um espírito de união tão forte como no jogo contra a Holanda. Sou a favor das decisões do Sr. Scolari de vetar a ida à selecção de certos jogadores da chamada "geração de oiro", que nada ganharam no escalão sénior, casos como o de João Vieira Pinto que só soube manchar a imagem do nosso País com a agressão ao árbitro no mundial da Coreia ou Sá Pinto ainda hoje recordado, também, pela agressão ao Ex-Seleccionador Nacional Artur Jorge.
Como vê estamos perante uma equipa recheada de valores e unidos, e não por um grupo de vedetas!
3º Dizer que os escritores nacinais são bons, é muito louvável, sim concordo consigo quando refere alguns deles mas quando faz essa afirmação não ponderou que não será culpa nossa não haver mais divulgação da nossa literatura actual? Porque citar nomes de escritores já falecidos (Garrett, Bocage, Almada, Camões, Pessoa) e que possuem uma escrita erudita que a maioria não entende e não consegue compreender? Dizer que o povo não lê é ridiculo, quem não leu o Códico de Da Vinci ou no minímo não foi ver o filme por curiosidade, quem tem pachorra para ler Camões quando não percebe nada do que está a ler!
4º Viver do passado foi sempre um mal enraizado do nossa cantinho, sim devemos ter orgulho do nosso passado e das nossas conquistas mas não estará na hora de vivermos o presente? Não será tempo de agarrarmos, com toda a nossa fé, a algo actual que podemos ter orgulho? E agora pergunto-lhe eu, quem elevou mais alto o nome de Portugal nestes últimos dois anos? Quem fez com que esta Nação fosse divulgada comercialmente, por este mundo fora, com grandes vantagens na vertente hoteleira e industrial? Foram os seus épicos escritores ou uma selecção de futebol?
Finalizando, é com muito orgulho que apoio a nossa Selecção, que vivo esta euforia de podermos ser campeões do mundo, porque eu sei, eu tenho essa clareza, que se o conseguirmos as vantagens sócio-económicas serão bastante elevadas. Essas servirão para tentar compensar, com esperança em melhores dias, erros de gestão governamental danosa maioritariamente para a classe elementar de uma Nação, "o Povo", esse classe que faz com que a máquina nunca pare!
A atitude do deixa andar de pessoas como o senhor que tal como, Velhos do Restelo preferem criticar quem nos trás esperança em vez de os encentivar, é de quem não vive o seu país e por consequência não pode clamar orgulho no que é portugues, como os seus escritores!
Como dizia o outro, deixem-nos sonhar!

MM design disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
polegar disse...

caro manique, respeito a sua opinião, e até roo as unhas a ver alguns jogos, mas deixe-me meter o bedelho e fazer uns reparos: os "letrados" não são só os intelectuais que falam de coisas que ninguém percebe. ninguém aqui está a ser elitista (cultural ou não) senão o senhor. o que choca pessoas (como me parece ser o seu caso) minimamente inteligentes é toda a fleuma em torno de... um desporto. que nada mais é. e se o nome de Portugal é elevado internacionalmente SÓ através deste desporto, devíamos todos ter vergonha.
as pessoas não vivem de futebol. isso não as alimenta, apenas enche os bolsos de uns quantos à custa de tantos milhões que não medem a febre nem encaram as coisas com a devida distância. deviam alimentar os seus sonhos e esperanças, exigir condições, lutar, sim. manifestar-se. porque se toda a gente se une em torno de uma bola, porque não em torno de vontade de uma vida melhor?
o que assusta é a cegueira a tudo o que acontece neste país. porque o maniche marcou golo, nada mais interessa. e enquanto houver temporada de bola, suporta-se tudo.

ah, e os artistas, essa gente esquisita, faz peças, escreve músicas, escreve livros, faz espectáculos que ninguém vai ver, ninguém quer saber. sabe que existe aí muito bom trabalho, compreensível e não redutor? tem visto a agenda cultural? ou fica-se pela programação da sport tv? nós trabalhamos para o público e temos salas vazias em dias de bola. e depois perguntam "porque é que não fizeram mais cartazes?". não paga bilhete, não vem ver, como queres cartazes, senhor? se a bola e as novelas levam todos os apoios e patrocínios chorudos e uns quantos lobbys levam o dinheiro do estado, a nós resta juntar os dinheiros que se angariam entre nós para vos tentar DAR alguma coisa. mas preferem ter convite para fazerem o favor de aparecerem na sala de espectáculos...

porque não há dinheiro para isso, não é? 10€ para um espectáculo é caríssimo. mais vale ir à Alemanha...

as pessoas são estúpidas, meu caro, quando se fecham e atiram as culpas aos governos e às gentes "letradas" como se fossem doenças crónicas. mas se ninguém se tenta curar...

polegar disse...

identifiquem apenas os sintomas: as pessoas que não vão votar, são, muito provavelmente as que não querem saber (porque nada muda) da situação nacional em dias de bola, nas suas vésperas, e nas suas ressacas.
porque o sintoma é uno: desinteresse, apatia.
e haja pão e circo, que o povo, esse, deixa-se ir.
não sei quanto a vocês, mas prefiro o nome do meu País elevado internacionalmente pelo menor índice de desemprego do que por ter ganho um campeonato...

Anónimo disse...

Li este post com um sentimento estranho...
Não concordo com a "atitude" apesar de concordar com algumas coisas...E depois com os comentários, percebi: O que se passa é que neste momento nos estamos a transformar em pessoas de extremos! e eu nunca gostei de extremos! Os meus livros de cabeçeira são neste momento um livro do Fernando Pessoa e outro de Herberto Helder e vibro com os jogos do Mundial e em particular com a Selecção Portuguesa! Devo por isso penitenciar-me???? Tenho de "ser" uma coisa ou outra??? Desculpem a pouca modéstia, mas adoro ser como sou e acho que assim é que é bom! Ter um enorme prazer a assistir a uma ópera no S.Carlos e a seguir ir para a Bica comer sardinha assada e gritar "GOOOOOOOOLLLLLLLOOOOO"!
Ok, não tenho nenhuma bandeira! Nem no carro nem em casa! Mas a unica vez que não votei, foi porque estava na Holanda e mesmo assim fiz 150 kms para ir ao Consulado Português onde me disseram que não podia votar!!!

Utilizem a "agressividade" da vossa escrita para fazerem mudanças no vosso dia-a-dia de modo a tornarem-se pessoas melhores (pudemos sempre ser melhores!!) que isso já é meio caminho andado para que a próxima geração sinta diferenças!

Beijocas,B.

polegar disse...

Amen, B.

Anónimo disse...

Voltei, e apenas para fazer um pequeno comentário:
Polegar, (sabes quem sou e o que faço, por isso não sou suspeita no que vou dizer)o teatro, a pintura, a literatura, as artes plásticas, tal como o futebol não dão de comer a ninguém!(publico, entenda-se!) É tudo uma questão de escolha, de gosto, de educação, aí entramos nós, é o nosso papel educá-los a ver coisas boas, com qualidade, mas com a certeza que não vamos conseguir educar TODOS de uma vez, para não nos sentirmos frustrados!
E educar a gostar de teatro ou de literatura NÃO PODE significar que não se eduque a gostar de futebol ou de qualquer outro desporto!

Saibam Co-habitar meus amigos! Respeitem as diferenças!

Beijos, B.

polegar disse...

mas era aí q queria chegar... agora não me venham dizer que os artistas são os responsáveis pelo estado da nação... são dos que menos são ouvidos... e todos sabemos que o "povo" (não soe a desdém) é difícil de levar aos espectáculos...

ver bola é giro, tudo bem... para quem gosta, claro... o que critico são os extremismos, esta febre e cegueira toda que se instalou como se tudo corresse bem... a improdutividade, a conformação e o deitar abaixo uns por causa dos outros...

MM design disse...

Cara Polegar,
Visto não entender o que é o patriotismo, aqui lhe tento ilucidar. É termos orgulho no que é nosso, mesmo quando se trate de algo que não apreciamos! Eu pessoalmente, não aprecio a escrita de Saramago mas orgulho-me de o meu País ter um prémio Nobel, orgulho-me do nosso passado como anseio em achar valores na nossa conjuctura actual que elevem o nome de Portugal, sejam eles de que campo for.
O Futebol que considera "SÓ" um desporto, é o mesmo que através da análise do Núcleo de Investigação em Políticas Económicas da Universidade do Minho troxe para o nosso País na altura da relização do Euro 2004, nas zonas de Braga e Guimarães (locais que por norma não tem uma grande afluência de Turismo) e Porto um aumento de 40% de hospedes estrangeiros, sendo no caso de estadias e consumos locais de 70%. Esta análise é efectuada tendo como comparação os mesmos resultados de 2001, ano do Porto Capital da Cultura. Como conclusão o mesmo núcleo verificou que os proveitos totais tiveram um aumento de 100% comparado com o mesmo ano de 2001. Como vê é “SÓ” um desporto!
Quer me parecer que o seu problema, não é a paixão e orgulho que a maioria de nós coloca nesta selecção de futebol mas sim a sua posição extremista de ninguém ir ao seu "teatro"! Como em tudo na vida uma boa gestão é garantia de sucesso, e quer-me parecer que quando diz que "ninguém paga 10€ para ir ao teatro" é a sua frustação que está a deturpa-lhe o raciocínio, pois temos em Lisboa teatros com uma excelente gestão e que por norma até têm a sua sala cheia, para ver peças actuais e bem encenadas, dou-lhe o exemplo do Teatro Villaret, que com peças como as "Conversas da Treta" ou "A Treta Continua" teve sempre a sua sala esgotada e que falar das produções do Filipe La Feria no Politeama "Maria Callas", "Amália" "My Fair Lady", "A Canção de Lisboa" que tem tido sempre sucesso! São só para lhe dar alguns exemplos crasos de sucesso na àrea teatral.
Se há pessoas estúpidas, são aqueles que só sabem chorar pelo seus fracassos e apontar culpas a quem consegue ser produtivo e trazer orgulho a todos nós portugueses, em vez de parar, olhar em volta e reflectir sobre o que é necessário mudarem, para conseguirem inverter a situação de maneira a alcançarem o sucesso que pretendem. Não queira culpar o futebol, pelos erros que voces cometem!

MPR disse...

B... és a minha heroina! Alguem com tino no meio disto tudo...

Um pequeno aparte... estupidez... é com Z...

polegar disse...

meu caro, já tentei explicar que o que me chatei são as pessoas fechadas. se ser patriota é achar que está tudo muito bem e não criticar e achar que certas coisas devam mudar, então, de facto, não sou. há coisas muito boas neste país, outras muito más. e em vez de emigrar, sonho e trabalho todos os dias para que algo possa mudar... um passinho de cada vez. pobrezinhos mas contentes? isso sim é miserabilista.

os meus "teatros" não me toldam a visão. apenas me dão uma noção de dentro que se calhar a si não é possivel ter, como eu não terei da sua área de trabalho. esses projectos de que fala são bons exemplos de coisas que resultam, mas de facto há muitos outros na sombra. e há muita história boa para ser contada que não chega a ninguém. mas isso são outros 500, e o tema aqui não era o teatro. teríamos de construir uma dissertação acerca de como se produz um espectáculo, e de como os nomes e as caras da tv vendem, etc...

o futebol foi bom para aumentar os inputs de turismo, mas infelizmente como disse encheu os bolsos só a alguns. os outros, os do povo, que são a engrenagem que mexe tudo isto, continuam na mesma.

e o futebol é entretenimento como outro qualquer. como disse, o que me choca é o extremismo. e nisso não posso fazê-lo compreender.

como referi, vejo jogos e entusiasmo-me. mas a minha vida não gira em torno disso. não vou buzinar para a rua, não vejo todos os programas, não falo só disso, não me acendo chamando de anti-patriota alguém que não gosta de futebol. e vejo cinema, leio, ouço música, como caracóis, passeio e leio jornais, preocupo-me com o meu país e das formas que possam fazê-lo crescer. e preocupa-me a geração morangos, as más notas nos nacionais, o facilitismo, as playstations, o desemprego, a seca e as inundações, as cunhas e tachos e o depositar na vitória de um campeonato de futebol toda a glória que um país possa conter. acho que podemos ir mais longe do que isso...

colher de chá disse...

querido groze, o alarido que o texto fez! fico feliz pela discussão, é sempre de salutar. Ao menos puseste-nos a todos a pensar.

MM design disse...

Cara Polegar,
Não as coisas não estam bem mas a questão aqui, que tenho tentado referir, e que a menina não consegue entender, é que não se pode escrever a criticar a nossa selecção na altura que ela mais precisa de apoio! É ridiculo e de mau gosto faze-lo. Mas é nestas alturas que aparece sempre um pateta a criticar! Haja união!

MPR disse...

Manique, companheiro, haja união! Assim mesmo, muito bem posto! É feio criticar a selecção? Ora bem! Abaixo a liberdade de expressão! Sim, não se dê o caso dos ingleses vencerem os quartos de final por causa de um blog! Tudo caladinho nos momentos importantes, tudo na linha e ai de quem piar! É assim mesmo! Esses valores à moda antiga é que é! Muito retro, muito anos 40... Parabens!

polegar disse...

ai, ai... eu gosto destas conversas... animam-me! antes de mais, caro manique, está a ser um prazer de despique... (olha, rimei!)

acho que há umas coisas em que pode concordar comigo...

a) para quem não respira, come, bebe e vive futebol... e especialmente só tendo 4 canais... tanta coisa com a bola já enjoa...

b) quando o mundial acabar, ganhem ou não ganhem (eles ganham, com certeza, e muito bem, para suportar as tristezas e mazelas), os problemas cá estarão à nossa espera. não muda em nada a vida dos que estão no fundo da cadeia alimentar.

c) há efectivamente uma grande percentagem de portugueses que só comem, bebem, vivem e respiram futebol, para quem isso é tudo na vida, e se ganharem estão felizes e se perderem choram e fazem promessas à nossa senhora (eu que não sou católica, fico revoltada), não têm mais nada que lhes interesse. é logo o drama, a euforia, o choque, o "como é que vamos viver até ao próximo jogo"...

d) pateta é aquele que se o clube perder ou ganhar, no fim do jogo não consegue mudar de canal ou ir apanhar um bocadinho de sol, ler qualquer coisa, e encarar as coisas como apenas mais uma forma de entretenimento.

e) a sua empresa com certeza não teve de parar de trabalhar porque toda a gente cancelou reuniões/deu folgas/desapareceu simplesmente quando reparou que era no DIA (repare, dia, não hora) do jogo... é preciso parar? até as eleições são ao domingo para não atrapalhar (ai, mal de nós, parar um país para votar)... mas a bola não! pela bola até a Assembleia pára! eu acho isso improdutivo...

é tudo uma questão de exagero...
mas isso, cada um apoia o seu país como quer... eu prefiro trabalhar...

groze disse...

Eu não sou nacionalista. Não sou patriota. Não consigo apoiar o meu país numa coisa em que acho que eles até não são tão bons como isso, e que, ao contrário dos Jogos Olímpicos, não é competição saudável, é apenas competição pelo prazer e vomtade de ser melhor que tudo e que todos. O meu país não fez nada por mim que outro país não tivesse feito melhor. Cada vez que vou buscar um documento ESSENCIAL, como, por exemplo, o Bilhete de Identidade, sem o qual sou cidadão ilegal, ou coisa que o valha, tenho que lá deixar perto de dez contos, quando uma folha de impresso daquelas custa cento e cinquenta escudos (€0,75). O meu país exige-me isto. Exige-me união quando eu não quero união. Quero estar sozinho, quero ter a minha opinião, quero ter direito a ela, a expressá-la, sem que brilhantes cavalheiros me caiam logo em cima, com as suas canetas azuis invisíveis da censura, prontos a riscar o que foi que eu disse que não seja correcto, de um ponto de vista da "união nacional em prol de algo melhor". Tenho direito a discordar. E vou discordar, recuso-me a embarcar neste rebanho que apaja a selecção para depois os apedrejarem, quando voltarem de lá de mãos a abanar. Ao menos eu sou coerente nas minhas atitudes. Discorda de mim? Está no seu direito total. Mas não me fará seguir amigavelmente este rebanho de pessoas que deixariam o Senhor Doutor António de Oliveira Salazar a rejubilar de alegria na sua covinha. Talvez até com um pouco de sémen surgindo no forro das calcinhas de tweed, de tanta felicidade.

Se o incomoda tanto que só tenha referido autores mortos, aqui o deixo com alguns vivos: António Lobo Antunes, José Agostinho Baptista, Nuno Júdice, Vasco Gato, Gastão Cruz, António Ramos Rosa, Herberto Helder, José Saramago (do qual também não gosto particularmente, mas não lhe recuso o génio, uma vez que ele o tem genuinamente, ao contrário dos jogadores da selecção e do futebol actual, na sua generalidade), entre tantos outros, que me não deixariam sair daqui tão cedo.

Para a Polegar, o meu sincero pedido de desculpas também, se faço parte desses seguidores de jogos de vídeo, que tanto a aborrecem e que verdadeiramente a preocupam. Podes confirmar isto em alguns dos meus textos prévios neste blog.

Chama-me estúpido, se isso o faz feliz, atormente-me, se isso lhe traz felicidade.

Estupidez é com z. Elucidar é com e. Não tive grande paciência para procurar mais erros. Ou para ler tudo muito a fundo, até.

groze disse...

Já agora, gostava imenso de pedir desculpas se alguém tão anti-nacionalista como eu tem orgulho dos escritores do seu país. São das poucas coisas boas que temos, sim, e estou orgulhoso por poder ter nascido no país em que eles nasceram. E é certo que não são eles que trazem a economia, não são eles que trazem os turistas com o seu precioso papel. E o Futebol, essa segunda nação (ou Nação, se o facto de eu não maiuscular coisas tão importantes o ofende de tal forma), traz tanto turista e tanto empreendimento. Também endivida muita gente, mas isso não convém relatar, obviamente.

Também queria deixar claro que nunca foi minha intenção manifestar que o futebol é só mau, e que a literatura e a arte em geral não possam coexistir pacificamente com o desporto. Eu próprio sou um assíduo espectador dos Jogos Olímpicos e Sportinguista relativamente atento. Ultimamente muito pouco atento, mas isso porque creio que não se joga já bom futebol, e que o futebol deve ser o desporto que mais se tornou num negócio, em relação a todos os outros. Não há mais qualidade no futebol actual. Não se vêm miúdos a jogar na rua com a qualidade e a alegria dos que havia quando eu era pequeno. Hoje não se pede aos jogadores que sejam jogadores: o que se lhes pede é que sejam bons executantes. E eu não consigo seguir uma coisa assim com paixão, desculpe-me. Ainda por cima, quando só se vê é uma rivalidade muito pouco saudável.

P.S.: Sei que eu próprio dei alguns erros, mas tendo em atenção que foram erros de desatenção, não penso que possam ser usados como contra-argumento. Ou contra-ataque, seguindo o tema da conversa, para que esses cérebros atrofiados por tanto futebol me entendam.

groze disse...

Corrijo contufo um erro da minha última intervenção: obviamente, em vez de "vêm", queria dizer "vêem". É só porque era um erro com uma segunda conotação muito... estúpida... lol!

groze disse...

* contudo, também, em vez de "contufo". Hoje estou com uma dislexia virtual descomunal... porra...

MM design disse...

Caro Blogger,
Em primeiro lugar gostaria de agradecer pela correcção dos meus erros gramaticais, é algo que gosto sempre que me chamem à atenção, tenho gosto na aprendizagem.
Dizer que saudável são os Jogos Olímpicos, é a maior ilusão que ouvi em toda a minha vida, Quando se ouviu falar em doping pela primeira vez? Eu respondo-lhe. Nos jogos de 1904, o americano Thomas Hicks, vencedor da Maratona Olímpica, tomou doses cavalares de estricnina e conhaque para suportar o desgaste físico, actualmente o uso de drogas para aumentar o desempenho físico está muito avançado e é difícil para a comissão médica do COI conhecer todas as artimanhas usadas pelas atletas. Até mesmo controles realizados de surpresa não conseguem surpreender os atletas que estão muito bem orientados para o uso das drogas e agora pergunto-lhe Jogos Olímpicos não são sinónimo de querer ser melhor que tudo e todos? Então já não sei nada.
Quanto à sua vontade de não querer união, respeito-a na vertente singular mas a sua indepêndencia não termina em si, termina no próximo, por isso não ser patriota é inconcebivel pois se tem o que comer, se tem maneira de se deslocar, se teve onde estudar, deve-o a alguém por ter gerado a comida, por ter criado os meios de transportes ao seu dispor e criado as escolas! A isso se chama NAÇÃO! Por isso não venha com o papel do inadaptável! Pois voce depende desta NAÇÃO enquanto cá viver!

groze disse...

Quando eu estava a falar dos Jogos Olímpicos enquanto desporto saudável, não estava a falar dos atletas ou da competição em si, mas do facto de como os países vivem os Jogos. Não vê ali de muitos países a vontade de ser uma supremacia desportiva, não vê ali guerrilhas e disputas, como nos Campeonatos de Futebol, em que as NAÇÕES nada mais fazem do que se defrontarem belicamente umas às outras e se humilharem. E o senhor escusa de vir para aqui mandar bitates sem me conhecer de lado nenhum como se essas suas merdinhas de união e de apoio incondicional a tudo, até ao que não se gosta, servissem para toda a gente. Se tem problemas com as pessoas que não seguem à regra as coisas que tem como certas nessa cabeça feita por alguém que lhe deu de comer e que lhe permitiu mover-se e que lhe deu escolinha boa e papinha e livrinhos e pastelinhos de nata e estadiozinhos novos para brincar aos Euros, não sou eu quem tem de pagar por isso. Vá fornicar com a NAÇÃO, se a ama assim tanto, espero que tenham muitos filhinhos e que sejam muito felizes.

groze disse...

E pode continuar a publicar comentários a este texto, eu quero lá saber, acho que esta novela já foi alimentada tempo demais, e daqui para a frente conte concerteza com todo o carinho do meu desprezo.

MM design disse...

Cara Polegar,
Aqui lhe deixo as respostas às perguntas que me fez:

a) Tem sempre a famosa 2: para ver ou pode se dedicar a outras coisas como ler um bom livro, ou ir ao cinema. A sua perspectiva de tanta bola resume-se aos três canais terem um espaço informativo diário? Bem, se acha demais o que dizer quando temos de aturar reality show's com três e quatro espaços diários e um dia dedicado a galas? Mas o Campeonato do Mundo é que é demais, ok!

b) Sim, os problemas cá estarão, e estão para ficar, porque andámos a brincar com os subsídios da UE durante duas décadas e sempre com a ideia que não acabava a mama! E agora só sabem é retorquir! Estamos a pagar pelos erros que cometemos no passado e por não estarmos habituados a medidas extremas, implicamos com tudo! Agora, o que espero é que, da mesma maneira que ouve um impulso na economia em França quando esta foi campeã mundial, assim espero que o aconteça conosco.

c) Esses supostos fanáticos, continuam a viver e a ter os seus problemas mas se as suas escolhas forem viver para o futebol, há que saber respeitar essa posição, a vida é deles! Da mesma maneira que existem pessoas que vivem para outros amores.

d)Todos nós queremos o melhor para nós, da mesma maneira que queremos para com quem temos paixões, eu custa-me ver a minha selecção perder e como é óbvio não consigo descontrair durante a próxima meia-hora depois de uma derrota, é a paixão por querer o melhor para eles, para nós, mas mais uma vez, é a vida de cada um e há que saber aceitar e respeitar.

e)Eu sou a minha empresa e parei para ver o futebol! Sou a favor que as empresas dêem a opção aos seus empregados de pararem durante essa hora e meia, a isso se chama boa gestão, é preferível parar hora e meia a ter empregados desmotivados! São acções de marketing que as grandes empresas aplicam em todo o mundo! É proveitoso ter estas paragens pois melhora o desempenho no seu global. Empregado satisfeito é sinónimo de produtividade.

Com este último post espero terminar por aqui esta discussão, pois nunca foi meu intuito discutir a importância do futebol mas sim a falta de apoio e patriotismo apresentado no texto original.

MM design disse...

Caro blogger,
Como não sabe apresentar argumentos válidos para rebater as minhas afirmações, esconde-se atrás dos problemas de inadaptação à sociedade! Ok, que belo contributo será o seu a esta sociedade que o acolhe! É com pessoas deste calibre que não apresentam soluções que se pretende que esta Nação siga para um caminho melhor? O que nos vale é que o espírito empreendedor existe na maioria dos habitantes deste País!

polegar disse...

credo... toda a gente tão amofinada com uma discussão! bolas...

groze: eu tb gosto de jogar jogos de vídeo... se leres uns comentários meus lá para baixo perceberás. agora é verdade que os miúdos perderam muito aquela coisa de irem para a rua, brincar, conviver. estou a falar dos piquenitos, não de nós, adultos, que depois de termos brincado na rua noutros tempos optamos de livre vontade jogar uma joga... e ficar noite fora ;)
mas é verdade que as crianças estão a ficar muito passivas, televisão, computadores e playstations, bollycaos e batatas fritas... eu, que tive uma infância tão variada e feliz, de pés descalços e praceta (e depois umas jogas no spectrum), sinto que lhes faz falta hoje em dia essa parte... só isso...
é um facto a subida massificada do número de crianças que ficam em casa, não socializam...
mais uma vez, o exagero... não sou apologista de extremismos... ok? no harm done :)

polegar disse...

ó manique, a minha perspectiva é diferente... só isso. é impressionante como se rotulam as pessoas porque pensam de maneira diferente, especialmente se não forem atrás da corrente generalizada...

também me horrorizam os reality shows... agora veja: temos os reality shows COM bandeiras e os programas da manhã em que se assiste em directo à bola, COM os cachecóis, as músicas e hinos, 80% da publicidade direccionada para esta vertente... eu vejo a 2:, claro que vejo. ainda assim sempre vai tendo uns programas que me ensinam qq coisa ou estimulam... mas nem tudo o que lá passa me interessa. obviamente tomou-me por uma intelectualóide, mas não o sou.

ah, e acha q se ganharmos o mundial isso vai resolver todos os problemas deste país em termos económicos? aí reside a nossa diferença. eu acho q os problemas são mais básicos que isso. e, além de todos os erros políticos acumulados e do aproveitamento que uns quantos tiram dos outros muitos, vem muito da educação e do "autismo" cultural, político, social da população. não querem saber. convenhamos que, ao contrário de nós, que aqui estamos a debater estas coisas, há muita muita muita gente que simplesmente não quer saber... já desistiu, já parou de ler, nunca leu, foi educado para não querer saber... e a apatia do povo para tudo (excepto, claro está, o futebol) angustia-me.

os gostos dos outros... respeito, quando são equilibrados e permitem outras visões, leques de escolhas, e adquirir conhecimentos que permitam por exemplo votar em consciência... a maior parte das pessoas (você que gosta tanto de percentagens poderá saber melhor que eu) deixa-se absorver no fanatismo da bola e não vê mais nada à frente. e pronto. é isso que chateia.

fala de uma descompressão salutar de meia hora. eu vejo o país a meio gás durante dias... semanas... daí a diferença de perspectivas...

você é a sua empresa? ah, isso explica muita coisa. quando passar por outro tipo de experiências, como os recibos verdes "por-conta-de-outrem-porque- são-sete-cães-a-um-osso-mas-oficialmente- independentes-como-se-facturassem-como-um- advogado", logo falamos.
entretanto, não estou a ver as empresas/governo pararem para ajudar à motivação dos funcionários se eles tiverem outros gostos que não o futebol... isso é uma pena, não acha?...

mas a sua discussão começou por apelidar de anti-patriótico uma pessoa que critica o exagero em torno de um campeonato... em torno de uma selecção que (e somos todos treinadores de bancada) não lhe parece desportivamente tão boa assim... e que critica também o descrédito que a generalidade das pessoas (por falta de cultura e educação e, quem sabe, demasiada atenção dada apenas ao tema da bola) dá aos valores nacionais noutras áreas... mais uma vez acho que criticar o que está mal não deve ser apelidado de anti-patriótico...