terça-feira, março 31, 2009
Para a Margarida e o Manuel:
segunda-feira, março 30, 2009
Projecto de coisa em Lulu.com:
"I'm not a monster, it's only a mask!"
Venho da televisão para o computador e do computador volto para a televisão, leio umas coisas pelo meio, choro bastantes vezes com a sensação esquisita de que tive a pessoa da minha vida mas agora ela foi-se embora e não volta mais. E não falo com ninguém sobre isso, porque, foda-se, dizem-me sempre e só o mesmo, e eu estou farto de ouvir sempre e só o mesmo. Como tudo, em mim, queria que as pessoas seguissem o meu guião espiritual/existencial invisível, e que me dissessem exactamente o que queria que dissessem, ou queria só que me ouvissem, mas que me dessem atenção, mesmo que não digam nada. Saber que alguém se preocupa comigo, sim, quero muito que as pessoas que me importam se preocupem comigo, que queiram saber de mim, que me queiram ajudar, que queiram saber o que podem fazer para que eu não chore tanto nos intervalos dos livros e do computador e da televisão (no fundo, acho que essas alturas se tratam das vezes em que realmente vivo e me preocupo, não é a apatia irritante do costume), a pensar que a minha vida é uma merda, a sentir que a minha vida é uma merda, que estou para aqui sozinho, a afundar-me cada dia mais em pensamentos auto-destrutivos, a porcariazinha das palavras da psicóloga que me forço a repetir, mas de tanto as repetir deixaram de fazer sentido, é como as orações, acho eu, e como as teorias do curso... a gente repete as coisas até perderem a alma do que eram, a gente convence-se das verdades que bem entender, até que essas verdades já são mais que verdades, são dogmas, ou coisa que o valha, e deixa a alma num outro sítio qualquer. E deixamos de nos encantar com as pessoas e com as coisas, porque "o amor não vale a pena", mesmo que valha, porque nos magoámos tanto, que não queremos passar por isso outra vez.
Quem é que lê isto? Quem é que vai querer saber disto daqui a uns dias, a uns meses? Eu vivo à espera de saídas, de cafés, de conversas, de telefonemas, de partilhas de existências que nunca vão acontecer. É evidente, por mais que o tempo passa.
Eu preciso de um abraço de jeito. Sinto tão concretamente que não sirvo para mais nada. Nem para escrever, diga-se, já. Venho para aqui cheio de ideias e no fim acabo por não escrever nada, porque nada me sai como eu queria, como devia sair. E neste momento doem-me os dedos e a cabeça, quero falar de coisas de que não quero falar, quero perguntar de coisas por demais evidentes, mas sei que as pessoas que me poderiam responder só diriam coisas que eu não quero mesmo nada saber. Quero adormecer, acho que isso era o melhor, desde que não sonhasse com estas coisas com que sonho quase todas as noites.
Quero morrer, se alguém prometer que se lembra de mim no fim disto tudo.
sábado, março 28, 2009
quinta-feira, março 26, 2009
quarta-feira, março 25, 2009
terça-feira, março 24, 2009
E a seguir:
Impressões d'A Valsa Com Bashir
Reconheço que ia com algum medo de que a vertente de "documentário" do filme fosse mais acentuada do que realmente é, e que isso me fizesse gostar menos do filme, mas, felizmente, essa parte é só uma outra maneira de contar a história - pessoal e colectiva - da personagem principal (o autor/realizador, Ari Folman, dá a entender que se trata de si próprio), a qual, conforme vai avançando na (re)descoberta do seu passado subconscientemente esquecido, se vai enchendo de imagens cada vez mais surreais, até terminar no realismo absurdo de uma filmagem vídeo "tradicional", de mulheres e mães palestinianas a chorar a perda das suas famílias, no meio de corpos massacrados.
Gostaria, além de recomendar, mais uma vez, este filme, a todos os que estiverem interessados em cinema de qualidade (mais uma vez, não se deixem influenciar pelo facto de a Academia ter nomeado o filme para os Oscares), deixar um pedido de deculpas, em nome de Ari Folman, aos senhores muito... "cultos", que estavam atrás de mim, a falar de correntes e estéticas culturais, que pareceram muito indignados pelo facto de o filme ser em hebraico, e não em francês e de, para além disso, todos os textos - legendas à parte - serem em inglês. Lamento, se nem tudo o que é cultura vem de França. Aliás, não lamento nada, estou a ser irónico, caríssimos. Já me começam a fartar esses linces ibéricos da cultura, que acham que tudo o que é de valor tem de, obrigatoriamente, ser francês...
domingo, março 22, 2009
quinta-feira, março 19, 2009
Me & The Minibar
I'll unwrap the plastic cups
It's just us, my love
It's just us, my love
I will make the room up nice
Put your insides all on ice
It was real, true, love
It was real, true, love
Close all the windows
Put signs on the handles
And strip down to my dum-de-dums
You have gone so far
You have come so far
And tonight
It's just me and the minibar
Candles from the Wal-Mart that
Every city's got to have
That I bought last night
That I bought last night
I was so excited to
Do such normal things with you
When you left last night
With your toothbrush dry
No such details will spoil my plans
That is the kind of girl I am
Ha, ha, ha
Can you hear room 318
Man, they're really happening
They're a wild bunch
They're a wild bunch
But if they just knew what my night was coming to
God, would they fall down and run
You have gone so far
You have gone too far
So tonight
It's just me and the minibar
Nobody else
And I sing at the top of my lungs
Happy birthday, us
Happy birthday, us
segunda-feira, março 16, 2009
The Happiness Project
"These are my neighbours. My wife and I have two little kids and live downtown Toronto. In the summertime, all the kids in the neighbourhood play outside together and everyone is out on their porch enjoying each other’s company, telling stories and sharing thoughts. A year or so ago, I began inviting some of them over to the house for a casual interview vaguely centered around the subject of happiness. In some cases we never broached the subject directly but nonetheless my friends began to call it my 'Happiness Project.' After each interview I would listen back to the recording for moments that were interesting in both meaning and melody. By meaning I mean the thoughts expressed, by melody I mean the cadence and inflection that give the voice a singsong quality. It has always been interesting to me how we use sounds to convey concepts. Normally, we don’t pay any attention to the movement of our lips and tongue, and the rising and falling of our voices as we toss our thoughts back and forth, just as we don’t pay attention to the curl and swing of the letters as we read. I wanted to see if I could blur the line between speaking and singing and write music based on these accidental melodies. So, I had some musician friends play these neighborhood melodies as close as they could on different instruments (the tenor saxophone as Mrs. Morris, the harp as Marisa, etc.) and then I arranged them as though they were songs. The result is a beautiful and unique collection of songs, blissfully blurring the lines between jazz, folk, indie rock, and inspirational improvisation."
(E, pelo menos a mim, faz-me mesmo sentir feliz, no fim de cada audição que lhe dedico.)
sexta-feira, março 13, 2009
Que bom filme é vossemecê, caríssimo? (Interné, parte qualquer-coisa)
Você é "O ódio" de Mathieu Kassovitz. Você é inconformado(a), revoltado. Vive se metendo em brigas, mas tem muita atitude. Para além disso, você (eu) faz testes que dão resultados em Português do Brasil, o que é uma coisa bastante terna, melíflua, até, reconheça-se.
Faça você também Que
bom filme é você? Uma criação deO
Mundo Insano da Abyssinia
enfim... acho que também mereço uma de mim próprio, de vez em quando... (T-T)
Morphine (THEY ARE TRULY THE BEST*) - I Know You (Pt. III)
* I am so fucking biased, it sucks... (I'm also aware of the tense variation in my using of the present in "are", when they, indeed, were , Past/Simple Past - for me, they ARE, Present/Simple Present)
À falta de pachorra, um copy-pastezinho fica sempre bem:
Marta Hugon e Trio/Quarteto mágicos, numa noite memorável no CCC
Foi, de facto, muito bom, diria mesmo que um concerto inesquecível pelos melhores motivos, Filipe Melo, Bernardo Moreira, Bruno Pedroso (que veio substituir o anunciado André Sousa Machado) e a grande Marta Hugon todos ao seu mais alto nível. Música que se sentia pelo corpo todo, uma voz quente, sensual, forte e meiga ao mesmo tempo, capaz de fazer lembrar nomes como o de uma genial Billie Holiday, sem vergonhas nem diminuições, segura de si, acompanhada sempre (ou a fazer-se acompanhar) de um fundo musical sem falhas, perfeito, arriscava. O público aplaudiu pouco os solos, mesmo quando muitas vezes estes deviam ter sido aplaudidos, e aplaudiu outros, nomeadamente o primeiro solo de guitarra (já debaterei essa questão mais abaixo), que, sinceramente, não era merecido. Estava pouca gente, ainda para mais quando era um concerto no Grande Auditório (mais uma vez, contrariando o que tinha sido anunciado no site oficial), que tem 600 lugares, onde uns "míseros" cem espectadores parecem pouco, quando comparados à imensidão do espaço. No entanto, Marta Hugon ainda deu o "abraço emocional" da praxe, dizendo, quando o público pediu o encore, que eram "poucos, mas bons". Cantaram-se músicas do último álbum, Story Teller, outras, do primeiro, Tender Trap, e ainda uma composta à parte, numa mistura e harmonia de sons conhecidos e menos conhecidos, mas todos com um toque pessoal e individual, que na voz de Marta Hugon pareciam estar a ser oferecidos com carinho a todo e cada um dos espectadores ali presentes. Foi, poderei dizer com toda a convicção e certeza, um momento de privilégio que tive a sorte de poder presenciar. Uma coisa muito, mas mesmo muito perto do mágico.
Contudo, infelizmente, por uma questão de gosto pessoal, lamento a presença do guitarrista convidado, André Fernandes, que não deixa de ser um grande músico, a seu modo, mas toca um tipo de som de guitarra no jazz ao qual, por mais que tente, não me consigo habituar, é aquilo que descrevo como "guitarradas virtuosas de jazz à lá Pat Metheny". E, sim, se bem que o Pat Metheny tem coisas muito boas, também tem outras que, enfim... pelo menos, a mim, não me dizem nada, é demasiado virtuosismo e vejo as capacidades da guitarra a acabarem por ser muito mal exploradas, sendo que a guitarra acaba por fazer um som estranho, que se assemelha mais ao som de um piano misturado com um trombone, mais próprio de um sintetizador, do que uma guitarra. Ou talvez seja só o facto de eu estar mal habituado com o Mário Delgado, que considero o melhor guitarrista de jazz (e não só, mas enfim) nacional, e quando ouço guitarras no jazz estou à espera que sejam assim, e não estes "virtuosos" que se misturam com nomes como Carlos Santana ou, como referi acima, Pat Metheny.
Sei que perdi muito tempo a falar deste meu problema com a guitarra, o que talvez faça transparecer que não gostei do espectáculo, quando não foi nada disso, adorei tudo, foi, sem dúvida, dos melhores concertos a que assisti, um dos melhores até dentro do género do jazz (e, parecendo que não, já assisti a muita coisa dentro desse género), repetiria sem pensar duas vezes esta noite em muitas que se lhe seguissem. Agora, baixava, sem dúvida, o som da guitarra, para que ficasse mais disfarçada, por exemplo, debaixo do pizzicato fabuloso do fenomenal Bernardo Moreira.
N.A.: Gabo, no entanto, a música que se tocou/cantou, composta por André Fernandes (música) e Marta Hugon (letra), sendo que, ironicamente, foi das músicas que o guitarrista tocou em que se notava menos a guitarra. Parabéns, portanto, a André Fernandes, por ter composto uma música tão fantástica, como é o caso desta Time.
terça-feira, março 10, 2009
sexta-feira, março 06, 2009
Who watches the Watchmen? (Apparently, I do, for one!)
Talvez os intelectuais se deixem enganar por um poster de filme tipicamente "poster de filme de heróis ou pelo menos filme de acção", e, até certo ponto, seriam bem enganados. É um filme onde, reconheçamo-lo, há bastantes partes de acção (se bem que tão coreografada e/ou bem filmada, que passa quase por "porrada artística"), e essas pessoas talvez pensem "isto não é nenhum Slumdog Millionaire, nenhum Milk, nenhum Benjamin Button, nenhum filme minimalista polaco, logo, não me merece sequer a atenção, é só mais um filme para as massas, esses, que não pensam, entorpecerem a mente!" Nisto, meus caros, enganam-se. E infelizmente. Porque na novela gráfica Watchmen, que não é à toa considerada a melhor novela gráfica de sempre, (um exemplo entre muitos) existe talvez o primeiro "super herói" assumidamente homossexual. No filme isto mantém-se. Há temas políticos, humanos, sociais, ideológicos - científicos, até... o que é mais do que muitos dessoutros filmes oferecem num só. Se ligarmos só às partes de luta e acção, sim, é só mais um filme para entorpecer a mente. Mas acho que o filme é uma obra de arte a muitos níveis, e se as pessoas se armarem em preconceituosas, garanto que só ficam a perder. A nível de fotografia. A nivel de diegese. A nível de profundidade de carácter das personagens. Das relações entre elas, e delas com o mundo (e a própria humanidade).
E, se correrem, ainda ganham um crachá igual ao da foto (imagem de marca da banda desenhada e do filme, e mais não digo, para não desmistificar a coisa), disponíveis para todos os que a ele assistirem nas primeiras sessões - presumo - pelo menos de algumas salas.
Não é o Milk. Não tenta ser. Nem precisa. É melhor. Muito. Mesmo. Vale cada cêntimo dos bilhetes da vossa área de residência. Corram para ver. Por favor. Ou, o que seria bem melhor, comprem a bd (só que sairia mais caro, mas, enfim, é outro tipo de experiência). Larguem algum do preconceito contra "essas coisas de heróis, que é para adolescentes, e tal". É que não são só para adolescentes. E mesmo que fossem, repito-o: o Watchmen não é, garantidamente, não é uma marca de heróis, não é o Homem-Aranha nem o Super Homem nem o Batman nem os X-Men nem nada disso, e nem sequer tem nada a ver, algumas similaridades de fatos à parte. Isto é um filme que toda e qualquer pessoa devia ver. Ponto final.
Citando a novela gráfica e o filme (se bem que noutro sentido): who watches the Watchmen?
(R.: I think everyone should.)
P.S.: O argumentista original da bd, Alan Moore, distanciou-se do projecto, não aparecendo sequer creditado no genérico inicial, por motivos vários, que não me compete debater, embora compreenda bastantes deles, mas, de qualquer forma, o ilustrador, Dave Gibbons, associou-se inteiramente ao projecto cinematográfico, o que, pelo menos para os fãs da bd, assegura um bocadinho a fidelidade à fonte (que, como disse, é muita, embora haja discrepâncias de menor, as quais, imagino, muitos fãs incondicionais - falo mesmo de pessoas obcecadas, que não é o meu caso - verão como afrontas ao "espírito da coisa").
quarta-feira, março 04, 2009
Nightlife
- fazer o quê?
- olha, mijar, por acaso...
- Pedro, tu mijas?! Nunca te vi mijar!
terça-feira, março 03, 2009
Tenho mais música para Kunio Kato, desta vez com referências a super sentai:
Polysics - Domo Arigato Mr Roboto
segunda-feira, março 02, 2009
Para Kunio Kato, vencedor do Oscar para melhor curta-metragem:
So heavy. Thank you very much. Thank you, my supporters. Thank you, all my staff. Thank you, my producer. Thank you, Academy. Thank you, animation. Thank you my company, Robot. Domo arigato, Mr. Roboto. Thank you very much.
Styx - Mr. Roboto
domingo, março 01, 2009
Em resposta a um convite de uma amiga:
Imitação processual tirada do blog da Joana:
- Agarrar o livro mais próximo: Ninguém Escreve ao Coronel, de Gabriel García Márquez (menos de 161 páginas) - Antologia Poética, de António Ramos Rosa.
- Abri-lo na página 161: segunda página do poema Daqui deste deserto em que persisto, retirado do livro A Nuvem Sobre a Página, de 1978.
- Procurar a 5ª frase completa:
«Pus de parte as palavras gloriosas/na esperança de encontrar um dia/o diadema no abismo»
- Passar a cinco pessoas: João, Sandra, Cláudio, Luís, Mónica
Desejo, sinceramente, o mesmo que já a Joana desejava: boas leituras!